É o capítulo do livro "O vendedor de sonhos" de Augusto Cury.. O qual comecei a ler há um tempo, mas tive que parar por conta de um trato que fiz comigo mesma.
Quando resolvi que ía mesmo pro exterior, decidi que a partir do momento que pisasse naquele país, passaria a ler apenas textos, livros e o que fosse preciso, apenas na língua nativa dos americanos. Isso, prometi pra mim mesma, que a dedicação áquilo que tanto lutei e investi pra ter, seria total!
Foi aí, que o livro de cabeceira da vez, foi realmente deixado de "lado". Tarefa difícil.. vários foram os livros que comprei pra ler em inglês, mas nenhum que tenha sido capaz de me atrair ao ponto de começar outra leitura antes de concluir a que já havia começado. Me esforcei bastante, mas confesso que agora que estou de volta o inglês foi temporariamente ignorado e sem ter que me esforçar, logo retomei a leitura do livro, que antes mesmo de alcançar a metade de suas páginas, já posso dizer que tem realmente um porque pra ter mais de sete milhões de exemplares vendidos somente no Brasil.
Foi aí, que o livro de cabeceira da vez, foi realmente deixado de "lado". Tarefa difícil.. vários foram os livros que comprei pra ler em inglês, mas nenhum que tenha sido capaz de me atrair ao ponto de começar outra leitura antes de concluir a que já havia começado. Me esforcei bastante, mas confesso que agora que estou de volta o inglês foi temporariamente ignorado e sem ter que me esforçar, logo retomei a leitura do livro, que antes mesmo de alcançar a metade de suas páginas, já posso dizer que tem realmente um porque pra ter mais de sete milhões de exemplares vendidos somente no Brasil.
Bom, mas vamos ao que realmente me fez vir até aqui escrever.. O capítulo que acabei de ler, e que deu título a esse post!
Aí vai um trechinho dele, pra que possam entender o que estou querendo dizer..
" Eu passei esse drama quando perdi minha mãe. Os pêsames não me aliviavam, nem, muito menos, os conselhos pré-fabricados. Todas as palavras de conforto apenas faziam ranhura nas barras de aço que me encarceravam. Teria preferido o silêncio dos abraços ou apenas algumas lágrimas que chorassem comigo.
O mestre foi pedindo espaço para a multidão. Nós seguíamos seus passos. À medida que nos aproximávamos do caixão, as pessoas pareciam sofrer mais... A esposa estava inconsolável. Os parentes e amigos próximos estavam todos enxugando as próprias lágrimas. O filho estava desesperado. Eu me vi nele, senti mais do que meus companheiros a sua dor. Ele mal começara a vida, e começara perdendo muito... Percebendo o vácuo na história desse jovem, não pude conter as lágrimas.
..O mestre, ao ver o desespero do garoto, deu-lhe um abraço e perguntou o nome dele e de seu pai. Então, para nosso espanto, olhou para os presentes e, com sua voz grave, proferiu algumas palavras que lhes tirou o chão. Palavras que poderiam precipitar um tumulto.
— Por que vocês estão desesperados? O senhor Marco Aurélio não está morto.
...As pessoas tiveram reações distintas diante da sua atitude ousada. Umas saíram das lágrimas para o deboche, se bem que contido. Deram risadas disfarçadas do maluco. Outras estavam imersas num clima de curiosidade. Pensavam tratar-se de um excêntrico líder espiritual, convidado para celebrar o funeral. Outros tiveram vontade de expulsá-lo da cena com elevada dose de raiva pela invasão de privacidade, pelo desrespeito aos sentimentos alheios. Dentre esses, alguns o pegaram pelos braços para tentar sufocar rapidamente o escândalo. Mas o mestre não se perturbou. Começou a indagar com voz alta e firme:
— Não lhes peço que silenciem sua dor, mas que silenciem o desespero. Não espero que estanquem suas lágrimas, mas estanquem os altos níveis de angústia. A saudade nunca é resolvida, mas o desespero deve ser aquietado, pois não honra quem partiu.
...Em seguida, com ar de serenidade difícil de definir, adicionou:
— Marco Aurélio (o homem que estava sendo velado) viveu momentos incríveis, chorou, amou, se encantou, perdeu, conquistou. Vocês estão aqui tristes com sua ausência, mergulhados num sentimento de vácuo existencial, porque o estão deixando morrer no único lugar em que ele tem de continuar vivo. Dentro de vocês.
Vendo as pessoas mais interiorizadas, usou novamente seu penetrante método socrático:
— Que cicatrizes Marco Aurélio deixou em suas emoções? Onde ele influenciou seus caminhos? Que reações marcaram sua maneira de ver a vida? Que palavras e gestos perfumaram seu intelecto? Onde este homem silencioso ainda grita nos recônditos de suas histórias?
Após proferir essas perguntas seqüencialmente, o vendedor de idéias deu um choque de lucidez em todos os que ouviam sua voz.... Ele refez a pergunta inicial que abalara os ouvintes:
— Este homem está vivo ou morto dentro de vocês?
....As pessoas estavam concentradas nas suas palavras. Os que não ouviam direito tentavam se espremer junto aos que estavam mais próximos. A seguir, ele arrematou:
— O Mestre dos Mestres quis demonstrar que o velório pode ser um ambiente de lágrimas, mas deve ser acima de tudo um ambiente saturado de elogios e recordações solenes. O luto deve ser um ambiente perfumado, uma homenagem para quem partiu. Um ambiente para contar seus gestos, declarar suas reações, comentar suas palavras. A maioria dos seres humanos tem algo para ser declarado. Por favor, contem-me os feitos desse homem!
Declarem o significado dele na vida de vocês. Seu silêncio deve alçar vôo de nossa voz.
Num primeiro momento, as pessoas olharam umas para as outras, sem reação. Num segundo momento, foi incrível o que sucedeu. Muitos começaram a contar passagens únicas que tinham vivido com ele. Falaram do legado que ele deixara. Alguns comentaram sobre sua gentileza. Outros declararam sua afetividade. Outros discorreram sobre sua bondade e companheirismo. Outros apontaram sua lealdade. Outros elogiaram sua capacidade de lidar com fracassos. Outros, mais relaxados, falaram sobre seus maneirismos. Houve quem dissesse que era apaixonado pela natureza. Um amigo disse:
— Jamais vi alguém tão teimoso e obstinado. — As pessoas sorriram num ambiente em que ninguém sorri, inclusive Antônio (o filho) e a esposa, pois sabiam que ele era realmente um grande teimoso. E o amigo acrescentou: — Mas ele me ensinou que nunca devemos desistir daquilo que amamos.
Foram incríveis vinte minutos de homenagens. As pessoas não sabiam descrever a fascinante experiência emocional que haviam tido. Marco Aurélio estava vivo, pelo menos dentro das pessoas que o velavam....
Algumas pessoas deram risada do estranho e divertido homem que as arrebatara do vale do desespero e as introduzira no topo da serenidade. Por incrível que pareça, até o jovem Antônio sorriu. Em seguida, nesse ambiente perfumado pela homenagem póstuma, o mestre vendeu mais esse sonho para o jovem que perdera o pai. Foi um fenômeno sociológico que eu jamais imaginei estar vivo para ver.
— Antônio, veja como seu pai foi um ser humano brilhante, apesar dos defeitos dele. Não refreie as lágrimas; chore tantas vezes quantas desejar, mas não lamente desesperadamente sua perda. Ao contrário, honre-o vivendo com maturidade. Honre-o enfrentando seus temores.
Elogie-o sendo generoso, criativo, afetivo, sincero. Viva com sabedoria. Creio que, se seu pai pudesse usar minha voz neste momento para lhe falar algo, ele daria gritos para encorajá-lo a viver: ”Filho, vá em frente! Não tenha medo do caminho, tenha medo de não caminhar!”
Antônio ficou profundamente aliviado. Era tudo o que ele precisava ouvir. Ainda choraria muito, a saudade lhe bateria no peito sem dó, mas saberia colocar vírgulas na sua história ao encontrar a solidão, ao se deparar com a angústia. Sua vida ganharia outros contornos....."
Como disse, comecei a ler esse livro há cinco meses e parei há pouco mais de quatro.. E há menos de um mês, como poucos sabem, perdi meu pai.
Liguei esses detalhes, porque parei pra pensar em como tudo na vida, realmente tem seu tempo e seu porque.. Assim como o que passei a pouco! Realmente eu tinha muito o que aprender!
Com certeza esse mesmo capítulo lá atrás, não teria parecido tão importante quanto agora. Já hoje achei tão incrível que foi natural a vontade de escrever sobre ele.
Confesso que não é nada fácil escrever sobre o que aconteceu com meu pai, mas sinto que o fato de eu ler sobre isso nesse exato momento, me leva a divulgar o que passei de maneira a tentar ajudar com o tanto que aprendi.
No livro, é citado que a maioria das pessoas se enchem de promessas quando passam por grandes perdas, mas que essas logo se dissolvem em pouco tempo, até mesmo em semanas. E diferente disso, já se passou mais de duas semanas e o que aprendi com o acontecido ainda permanece em mim e desejo, e farei de tudo pra que continue presente pra sempre em minha vida.
Aprendi em apenas uma situação, a que hoje defino como a mais difícil que já passei, o que tem importância e o que não tem. Quem merece atenção e quem precisa de mais cuidado.
Levo comigo cada detalhe do meu pai, que considero de total valia! O que ele mais me ensinou, mesmo que inconscientemente e apenas com atitudes, é que ninguém pode ser julgado e que independente de quem seja, todo e qualquer ser humano merece uma atenção única e diferenciada. E que cada um tem seu valor!!
E resolvi escrever sobre isso, não querendo dar sermão, mas sim, pra tentar assim como o homem que vendia sonhos, a vender ou melhor, distribuir esse sentimento tão valioso, que é o respeito pelo próximo!
Espero ter despertado algo, se não o pensar diretamente a respeito, a pelo menos ter a vontade de ler o livro por completo pra levar consigo algo como eu estou levando!
Farei sempre pelos que me rodeiam, o que meu coração mandar.. sem a vergonha idiota de demonstrar a impotância de cada um deles pra mim! Deixo a dica de agir sem medo, de maneira a aproveitar o presente maior que Deus deu pra cada pessoa, a vida!
Obrigada Pai pelos ensinamentos! E à você pela atenção!